quarta-feira, 25 de março de 2015

Ai, que decepção!


 
É muito comum ouvirmos isso. Frequentemente recebemos esta queixa: “Fulano me decepcionou”, ou “Eu me decepcionei com fulano”. No entanto, raros são aqueles que param e refletem sobre o equívoco que essas frases expressam.
Decepcionar-se com alguém é, em linhas gerais, problema de quem se decepcionou e não de quem decepcionou. O decepcionado é responsável (in)direto pelo sentimento, na medida em que projetou no outro qualidades ideais. Qualidades que ele mesmo, o decepcionado, não possui. Porque simplesmente não somos perfeitos.
Outro erro do decepcionado é não refletir sobre até que ponto a decepção é fruto de uma interpretação equivocada dos fatos. Não estaria ele, o decepcionado, interpretando tudo de forma errônea? Outra análise pertinente é sobre a parcela de responsabilidade que o decepcionado tem sobre o objeto da queixa. Não seria arrogante eximir-se de qualquer culpa? O decepcionado parece colocar-se em um pedestal de um mártir que transborda virtudes e não possui nenhum defeito que possa ter impactado na relação entre ele e quem o decepcionou.
O decepcionado – sobretudo o queixoso – passa então a impressão de uma criança esperneando por não ter atendidas as suas expectativas.
Seguem, pois, alguns pontos para refletir antes de viver uma vida árdua, cheia de decepções com os outros, ao som de um violino no fundo:
1. Ninguém é perfeito. Não dá para esperar perfeição das pessoas. Liberte o outro e liberte a si mesmo.
2. Toda situação tem dois lados! Lembre-se de que você está em um deles e tem responsabilidades, a menos que seja uma múmia!
3.  Todos nós – sem exceção – possuímos algumas habilidades e virtudes em algumas áreas e carecemos de habilidades e virtudes em outras. Há quem seja pontual, mas há quem seja o eterno atrasado. Cabe a você compreender o perfil daqueles que fazem parte de seu círculo e “exigir” de cada um apenas o que ele/ela pode oferecer.
4. Lembre-se sempre de que, caso precise se queixar de alguém, deve fazer isso com uma pessoa que não conheça o sujeito de quem você está se queixando. Sabe por quê? Porque assim você não passa a impressão de fraqueza, de quem está recrutando cúmplices para suas próprias angústias.
 

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